Simpósios Temáticos

ST 1: História Antiga e recepção clássica

Igor Cardoso
Doutorando (UFMG)/ igorbcardoso@gmail.com


O ST História Antiga e recepção clássica tem o objetivo de estimular a interlocução entre os diversos pesquisadores que tenham como fonte de pesquisa as produções culturais gregas e/ou romanas. Além disso, procura-se dar vazão para o crescente estudo em recepção clássica, isto é, como entende Hardwick, os modos pelos quais essas produções foram transmitidas, traduzidas, selecionadas, suprimidas, interpretadas, reescritas, reimaginadas e re(a)presentadas por diferentes atores e grupos sociais, seja por meio do romance, da história, do cinema, do teatro etc. A intenção é de receber pesquisas que tenham as mais variadas fontes e/ou que se preocupem em desnudar preconceitos contra as culturas populares e/ou de massa, a exemplo dos estudos de Martin Winkler, que se debruça sobre filmes com diferentes considerações de qualidade artística: pois, todos eles apresentam seus próprios e, por vezes, singulares caminhos que são notáveis como exemplos da vitalidade do passado clássico na cultura atual. Preocupa-se, portanto, em colocar em debate tempos distantes que se comunicam através das produções culturais.


ST 2: Poder e Fé na Idade Média

Aléssio Alonso Alves
Doutorando (UFMG)/ alessioaalves@gmail.com

        Felipe Augusto Ribeiro
Doutorando (UFMG)/ felipeaur@gmail.com


A proposta desse Simpósio Temático é consolidar os Encontros de Pesquisa em História da UFMG como espaço para debate, meio de intercâmbio, consolidação e expansão das pesquisas sobre a Idade Média realizadas no Brasil. Entende-se que eventos desse tipo são importantes para aprofundar as reflexões e os diálogos historiográficos, bem como apresentar novas fontes ou abordagens ainda pouco conhecidas. O objetivo principal é contribuirmos para a compreensão das relações entre poder e fé no período convencionado como Idade Média. As comunidades políticas do medievo possuiriam especificidades no que diz respeito ao exercício do poder e ao lugar que a crença cristã ocupava nas relações cotidianas. Reflexões relacionadas à estruturação desses dois tópicos, em suas múltiplas dimensões, permitiriam a compreensão dos discursos construídos em torno de diversas questões, como o “Outro”, a magia, a criação artística, o gênero, a justiça, o governo urbano, entre outros. A temática proposta, portanto, é bastante ampla e possibilita a inclusão de problemáticas, regiões e tempos diversos. Propomos que seja realizado um debate interdisciplinar, ancorado na percepção do tema pela História, o que permita a troca experiências entre pesquisadores que se dedicam ao estudo da Idade Média em áreas do conhecimento como Teologia, Direito, Artes, Literatura, Lingüística, Filosofia e afins. A metodologia adotada pelo Simpósio Temático será a apresentação de comunicações, agrupadas, pelos coordenadores, tendo como base a proximidade temática, seguida por debates, possibilitando a participação dos ouvintes.


ST 3: Teoria da História e História da Historiografia

Fernando Garcia
Mestrando (UFMG)/ eroestrato@gmail.com

Breno Mendes
Doutorando (UFMG) /mendes.breno@gmail.com

Marco Girardi
Mestrando (UFMG) /marcoggirardi@gmail.com


Visando consolidar, no interior do EPHIS, um fórum permanente e profícuo de discussões acerca da Teoria da História e História da Historiografia, bem como dos vastos terrenos que daí se expandem, prosseguimos a tradição que acompanha as sucessivas edições do evento de propor um Simpósio que se dedicasse a fomentar tais debates. Queremos abrir espaço aos trabalhos ainda incipientes e, que de maneira geral, não dispõem de maiores oportunidades para serem publicizados, sejam apresentados e enriqueçam-se a partir das intervenções, servindo de incentivo para novas pesquisas na área; bem como, também, às reflexões mais elaboradas, de pesquisadores já mais experientes, para que as novidades de suas pesquisas sejam compartilhadas e criticadas. Os terrenos, intersecções e fronteiras do campo da Teoria da História são suficientemente amplos para fomentar temas e abordagens das mais variadas; pretendemos gerar um espaço onde todas elas possam ser bem acolhidas. Todavia, mesmo que não pareça evidente, em comum, as propostas devem versar sobre as questões essenciais que conferem a especificidade teórica das reflexões, tais como O que é a História? É possível formular um conhecimento racional metodicamente conduzido a respeito do passado? Quais são os limites desse conhecimento? Por que o homem se dedica aos seus estudos? Que necessidades ontológicas e antropológicas são atendidas por ele? Como o historiador e o conhecimento que produz se inserem nas sociedades e culturas que possibilitam, demandam ou reprimem a ação do historiador? Em que medida, na própria História da disciplina, essas questões foram postas, alternaram importância, foram destacadas, obliteradas, ou até mesmo rejeitadas? Enfim, as propostas devem girar em torno das questões ontológicas, epistemológicas, éticas, estéticas, sociais e políticas do conhecimento histórico; problematizar como este tipo específico de saber foi elaborado mesmo antes de se tornar uma disciplina científica e analisar as diversas facetas que a consciência histórica deu a parecer em diferentes momentos e lugares, e em como diferentes culturas trabalharam a questão do sentido histórico. De vital importância para conduzir tais investigações é a historicização do próprio saber, que além de perscrutar as variações discursivas do gênero historiográfico, as diferentes estratégias de criação de sentido, de forja das identidades, ao analisar a gestação e transformação das regras discursivas, permite que se proponha questões autênticas e relevantes para os estudos teóricos. Assim, uma vasta gama de propostas encontram-se bem vindas, cobrindo temáticas mais tradicionais aos problemas cada vez mais específicos e atuais que a bibliografia da área tem se dedicado a estudar como problemas a respeito da memória, temporalidade, ética, narrativa, experiência; e as relações da atual escrita da História, seus desafios e demandas contemporâneos com o legado sobre o qual trabalhamos. Enfim, com este Simpósio pretendemos debater sobre aquilo que de mais caro há na reflexão sobre Teoria da História, sobre como o historiador pode dar sentido ao passado, transformá-lo e permitir que, com ele, se conviva. E, para fazê-lo, almeja-se trabalhos capazes de historicizar a própria tradição, revirá-la, ressignificá-la e continuá-la criticamente, renovando os sentidos do fazer da Teoria da História.


ST 4: História Intelectual e de intelectuais: perspectivas teórico-metodológicas


Carlos Alberto Machado Noronha
Doutorando em História (UFMG) /calhis2@yahoo.com.br

Leonildo José Figueira
Mestrando (UEPG) /leo.hist@gmail.com

Simone Aparecida Dupla
Mestranda (UEPG) /cathaincelta@hotmail.com  


A ampliação da prática historiográfica contemporânea vem possibilitando a emergência de estudos relacionados à produção intelectual.  Esses estudos apresentam uma superação da chamada História das Ideias cujo foco era o texto produzido pelos intelectuais.
Nessa direção, pesquisas desenvolvidas no âmbito da História Intelectual nas últimas décadas congregam a análise interna das obras com a ponderação acerca dos elementos externos à produção intelectual. A História Intelectual, portanto, procura englobar perspectivas das Histórias social, cultural e política, realizando uma prática historiográfica que, embora apresente a dimensão interpretativa de uma obra, valoriza igualmente os domínios do social, cultural e político na elaboração de uma dada produção intelectual.
Desse modo, as análises históricas sobre as obras dos intelectuais passaram a discutir as suas trajetórias, as redes de sociabilidade em que estavam inseridos, os projetos literários, políticos e culturais que divulgavam ou contra os quais travavam ferrenhos debates bem como a maneira como esses sujeitos forjavam sua própria imagem perante a sociedade em que viviam. Com essa abordagem, os historiadores aprofundaram a análise das fontes agrupadas sob a denominação escritas de si (cartas, diários, autobiografias) e valorizaram os estudos comparativos, enfocando as obras produzidas pelos intelectuais (literatos, historiadores, etnógrafos, antropólogos, sociólogos entre outros) como um objeto social representativo de determinados aspectos do passado.
Isso vem colaborando para a compreensão do modo como o conhecimento em diversas áreas é produzido, das motivações, hesitações, receios e convivências que levaram certos autores a se silenciarem sobre determinados temas ou até mudarem suas opiniões sobre aspectos da sociedade em que viviam e das relações entre conhecimento, práticas sociais e representações do passado.

A partir das particularidades dessa abordagem histórica, esse simpósio busca, portanto, discutir pesquisas que envolvam a análise da trajetória de intelectuais, a elaboração, a difusão e a repercussão dos trabalhos produzidos por esses sujeitos sociais, enfatizando temas como escrita e publicização da história, polêmicas literárias e políticas, formação de identidades, representações de espaços.


ST 5: História, gênero, política e sexualidade: Memórias e Identidades na escrita da história

Carolina Dellamore Batista Scarpelli
Doutoranda (UFMG) /carolinadellamore@yahoo.com.br

Cássio Bruno de Araujo Rocha
 Doutorando (UFMG) /caraujorocha@gmail.com

Débora Raiza Rocha
Especialista (UFMG) /raiza.rocha@hotmail.com

Deisiane Pereira Carlos
Mestranda (UFOP) /deisi_hist@yahoo.com.br

  Fabiana Aparecida de Almeida
 Doutoranda (UFJF) /fabiana.almeidajf@yahoo.com.br


Após o sucesso obtido pelo Simpósio na edição passada do EPHIS, decidimos que valia a pena continuar as discussões sobre as múltiplas relações possíveis entre história, gênero, política e sexualidade na 4ª edição do evento. Objetivamos, portanto, com o S.T., recepcionar pesquisas que abordem tais áreas de modo inovador e em ruptura com o binarismo típico da heterossexualidade compulsória tão marcante do pensamento ocidental.
Entendemos o gênero como uma categoria analítica que permite decifrar como as identidades do ser mulher e do ser homem são naturalizadas por meio de relações microscópicas de poder, normatizando práticas e representações de gênero e sexualidade e contribuindo para a delimitação dos espaços que podem ou não ser ocupados por cada um na política e na cultura. Os estudos de gênero, tomados nesta perspectiva, colaboram para o entendimento da atuação de homens e mulheres nas esferas públicas e privadas e dos modos como essas esferas foram historicamente construídas segundo marcas e hierarquias de gênero.
Abordando o gênero e a sexualidade com um olhar historiográfico, temos a possibilidade de compreender de modo complexo as diversas relações de poder existentes entre mulheres, homens, família, etnia, classe, sexualidade, religião, lugar de origem, etc. Além disso, a história possibilita que tais relações sejam estudadas em recortes espaço-temporais diversificados, acrescentando a variável do tempo à rede de relações que permeiam o gênero e a sexualidade.
Entendemos ainda que o trabalho do historiador, além de realizar construções, consiste também em realizar “desconstruções”. Deve-se buscar chegar aos “pontos cegos”, estando atentos aos regimes de historicidade que se encontram por trás dos fenômenos históricos estudados, fenômenos estes que são formados por estruturas que constituem os campos de experiência, que são passíveis de análise por objetos bem definidos do tempo e do espaço, do qual os historiadores dependem para realizar o seu trabalho. Dessa forma, a questão das memórias e identidades andam lado a lado e nos ajudam a entender melhor esses “pontos cegos”, nos permitindo abordar a história sobre um ponto de vista diferenciado e que se torna importante para uma análise mais concisa e uma escrita que possa contribuir junto à historiografia.
Serão bem-vindas pesquisas que, indo além da história das mulheres, questionem as identidades dadas, recolocando-as em suas dimensões históricas e que, nas palavras de Joan Scott (1995), possibilitem uma visão mais ampla de gênero que inclua não somente o sistema de parentesco, mas o mercado de trabalho, a educação, a organização política e as instituições. E ainda, trabalhos que abordem diferentes e múltiplas questões de gênero envolvendo significados de poder (dominação masculina e masculinidades), a orientação sexual (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade) e a problematização da incontestabilidade da diferença anatômica (SCOTT, 2012).

Por fim, considerando os estudos de gênero e sexualidade como dimensão importante da historiografia e não apenas um suplemento, mantemos o objetivo central da primeira edição do simpósio, qual seja, contribuir com o debate acadêmico na área, colaborando, ainda, para a discussão dos silêncios, das exclusões e das invisibilidades que tão comumente recaem sobre aqueles que, de algum modo, subvertem as normas de gênero e de sexualidade que dão forma à nossa sociedade – tanto hoje, quanto ontem.


ST 6: Patrimônios culturais: olhares diversos


Denis Pereira Tavares
Doutorando (UFMG) /denistavares85@yahoo.com.br

Gabriella Diniz Mansur
Graduada (Centro Universitário da Faculdade Estácio de Sá) / gabimansur@yahoo.com.br

Adebal de Andrade Júnior
Doutorando (UFRJ) /adebaldeandrade@gmail.com

Sara Glória Aredes Moreira
Mestre (PUC/MG) /saraaredes@gmail.com



Nas primeiras décadas de implementação da política de proteção patrimonial no Brasil as ações de patrimonialização privilegiaram a preservação do patrimônio material urbano, edificações e monumentos por meio do tombamento. Os bens de “pedra e cal”, sobretudo, os de arquitetura tradicional do período colonial foram consagrados como “documentos de identidade” da nação brasileira. Predominava então uma concepção de patrimônio enquanto obra de arte e o seu valor mantinha-se pautado meramente em características estético-estilísticas da arquitetura. Nessa fase, o campo do patrimônio era constituído, principalmente, por arquitetos e pela atuação quase que exclusiva do Estado. A ampliação do conceito de patrimônio, em reconhecimento da complexidade e da heterogeneidade cultural do país, incorporando não somente as expressões materiais da cultura, mas também suas referências imateriais abriu espaço para a entrada de profissionais como antropólogos e sociólogos entre outros no campo patrimonial brasileiro. Além disso, uma pluralidade de grupos ganhou espaço e entrou no campo do debate sobre a preservação e salvaguarda do patrimônio cultural a partir dos avanços no reconhecimento e garantia dos direitos das populações tradicionais proporcionados pela Constituição Federal de 1988, e pelo decreto 3.551, de 04 de agosto de 2000, que instituiu o inventário e o registro do chamado “patrimônio cultural imaterial ou intangível”. A inserção da sociedade civil no campo do patrimônio aponta que o Estado não é o único ator dos processos de patrimonialização. Mudanças ocorridas, nas últimas décadas, nas ideias norteadoras das instituições de gestão do patrimônio no país, adotando princípios como a inclusão dos diferentes grupos sociais que formam a sociedade brasileira, a valorização da diversidade cultural, o acesso à cultura e o direito à memória reverberaram nos processos de tombamentos/registros reforçando sua complexidade, seus conflitos e suas contradições. Portanto, nosso simpósio está aberto aos estudos procedentes de diferentes áreas do conhecimento, tais como História, Educação (especialmente aqueles interessados em analisar projetos de Educação Patrimonial desenvolvidos em arquivos públicos), Museologia, Antropologia, Sociologia e outras que lidam com o patrimônio cultural – material e imaterial – a partir de diferentes olhares, de diversos referenciais teóricos e metodológicos. Assim esperamos realizar uma reflexão sobre os atores, interesses e diretrizes legais envolvidas na patrimonialização das referências culturais, explorando suas especificidades e articulações.


ST 7: História e Inquisição: história inquisitorial, fontes inquisitoriais e suas aplicações nos estudos sobre religião, política e sociedade

Igor Tadeu Camilo Rocha
Doutorando (UFMG)/ igortcr@gmail.com

Natália Ribeiro Martins
Doutoranda (UFMG)/ nribeiro.his@gmail.com



 Este Simpósio Temático tem por objetivo contemplar trabalhos que façam uso de documentação inquisitorial como fonte de pesquisa, assim como trabalhos dedicados às Inquisições modernas como objeto de análise histórica, além pesquisas dedicadas à historiografia a respeito desses temas. A Inquisição como tema de análise histórica pode ser considerada tema consagrado pela historiografia. De obras como as de Alexandre Herculano ou Henry Charles Lea, até recentes trabalhos como os de Francisco Bethencourt ou de Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva, o funcionamento, as engrenagens, a ritualística, os aspectos administrativos e as representações em torno dos tribunais de fé tem sido temas amplamente abordados. Por sua vez, mais recentemente, surgiram trabalhos de grande relevância na historiografia sobre temas como bruxaria, criptojudaísmo, religiosidade popular e minorias religiosas, étnicas e sexuais que recorreram à documentação inquisitorial objetivando-se analisar, no pensamento da Idade Moderna, aspectos de sua mentalidade, comportamentos públicos e privados, crenças, entre outros. Obras como a de Piedro Redondi, com seu Galileu herético (1991), que trouxe grande contribuição para a História das ciências a partir de uma abordagem original do processo de Galileu Galilei, ganham maior destaque ao lançar novas luzes sobre a compreensão das diversas estruturas de pensamento de sociedades entre o limiar da Modernidade até meados do século XIX, nas sociedades europeias, especialmente Portugal, Espanha e Estados italianos, assim como de suas respectivas colônias. Da religiosidade ao desenvolvimento das ciências, passando por temas como sexualidade e gênero e, evidentemente, as origens, fundações, funcionamento das Inquisições modernas, esses tribunais de fé e a documentação produzida por eles trazem um espectro bastante amplo de possibilidades de pesquisa histórica. Diante disso, propomos neste Simpósio Temático abrir um espaço para diálogos entre pesquisadores de pós-graduação e graduação dentro desse vastíssimo campo de pesquisa histórica. Trabalhos que tenham como objeto a religiosidade e cultura popular, feitiçaria, bruxaria, de suspeitos de fé na Idade Moderna como os suspeitos de práticas judaicas ou islâmicas, além de práticas religiosas existentes nos domínios ultra marítimos de Portugal e Espanha, entre outros; trabalhos que se dediquem a temas como a tolerância religiosa, questões tocantes à temática dos cristãos novos, judeus, muçulmanos e heterodoxias religiosas dentro do contexto da Idade Moderna; análises sobre os tribunais do Santo Ofício sob a ótica administrativa, do direito e justiça modernos, das representações, funcionamento, ritualística, fundação, expansão e consolidação desses tribunais; trabalhos que analisem as relações sociais, vida material, sociabilidades e hierarquias sociais e relações de poder a partir da documentação inquisitorial; análises, discussões de debates historiográficos a respeito das Inquisições modernas, desde análises tocantes a obras clássicas dessa historiografia até discussões mais recentes; pesquisas sobre relações de gênero e sexualidade, além de aspectos da vida privada feitas a partir da documentação inquisitorial.


ST 8: Arte e sociedade - novas perspectivas de análise sobre o fazer artístico

Leandro Gonçalves de Rezende
Mestrando (UFMG)/ leandro9rezende@yahoo.com.br

Kellen Cristina Silva 
Doutoranda (UFMG) / ma.kellcs@gmail.com



Na quarta edição do EPHIS, apresentamos um eixo temático que abrange as novas perspectivas de análise sobre os diversos usos da arte, seja ela devocional, civil ou decorativa, que nos ajude a compreender a sociedade. Para abarcar os diversos campos que se abrem à perspectiva de análise histórica alicerçada no universo artístico, nos propomos a debater vários eixos temáticos dentro do nosso simpósio corroborando com novas perspectivas de análise histórica. A arte é, por si só, um mecanismo sensível para compreendermos as experiências, os anseios, os medos e os problemas que permeavam determinadas épocas, justamente porque é produto de seu meio social. Sendo assim, nosso simpósio se abre para as pesquisas focadas nas relações diversificadas que ocorreram (e ocorrem) em vários grupos sociais, envolvendo os múltiplos suportes, técnicas, formas e conteúdos, bem como as relações entre artistas/artífices e seu meio social. Buscamos entender também os membros sociais que financiavam, faziam, usufruíam e apreciavam as concepções artistas do seu tempo, pois, sendo a história a análise do homem através do tempo, o simpósio busca entender essa vivência por meio dos vestígios artísticos de diferentes períodos e sociedades. Dessa forma, o presente simpósio tem a finalidade de trazer para o debate acadêmico trabalhos que apresentem novas perspectiva para os estudos da História da Arte, focalizados nas ações, nos seus sentidos e significados e não apenas na análise simplista da imagem. Pretendemos ponderar representações e os próprios objetos artísticos, levando em consideração suas prerrogativas e individualidade. Abordar-se-á, de forma ampla, a interiorização e exteriorização da Arte nas sociedades sobre os múltiplos campos do saber, amparados pela teoria e metodologia da História e da História da Arte. De tal forma, as análises construídas serão tecidas a partir de elementos documentais, bibliográficos e iconográficos diversos, sejam esses dados escritos ou produtos de manifestações artísticas remanescentes ao dispor do pesquisador. Daremos ênfase aos enlaces entre obra de arte e sociedade, através do diálogo interdisciplinar, sem esquecer-se dos mais variados aportes teóricos que viabilizam os objetos artísticos a se transformarem em verdadeiras testemunhas oculares da forma de viver de nossos antepassados.


ST 9: História das Ideias e Ideologias

Pedro Henrique Barbosa Montandon de Araújo
Mestrando (UFMG)/ pedrobarbosa89@gmail.com


O simpósio em questão tem como proposta a reunião de estudos que têm como fio condutor, a análise de ideologias ou ideias políticas em seu desenvolvimento teórico e histórico. Sem menosprezar as práticas, ou as culturas políticas, este simpósio busca abrir espaço para a discussão da política em seu campo teórico, desde a formulação, passando pela difusão e até mesmo pela ressignificação de ideias políticas. É nesse ponto que a história contribui para o estudo das doutrinas" políticas, colocando em perspectiva diacrônica o que, muitas das vezes, é visto como algo não afetado pelo tempo, mas somente transformador do próprio. Reafirma-se, então, a necessidade de se estudar a teoria política dentro de quadros históricos, em que esta é uma resposta humana à sua vivência sendo a própria teoria política criada, difundida ou ressignificada de acordo com o ambiente social. Nega-se, portanto, a ideia de uma ideologia em seu estado puro ou da descoberta de suas raízes mais profundas onde seu núcleo estaria alojado para afirmar o caráter transitivo das próprias, em que conceitos são reinterpretados, ideias são expulsas ou convidadas a participar de uma nova interpretação da arte da convivência humana. É ressaltando a necessidade de se estudar ideias, ideologias ou teorias políticas através do contextualismo que esse simpósio se afirma. Seguindo a proposta de Quentin Skinner, buscar-se-á inserir esse simpósio em uma história das ideologias."


ST 10: Imagens como fontes: Usos e leituras

Helaine Nolasco Queiroz
Doutoranda (UFMG) /helaineq@hotmail.com

Márcio dos Santos Rodrigues
(Mestre - UFMG)/ Professor do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da FaE/UFMG /marcio.strodrigues@gmail.com

Marina Helena Meira Carvalho
Mestranda (UFMG) /marinahmc@yahoo.com.br



O Simpósio Temático Imagens como fontes: Usos e leituras visa a reunir pesquisadores e trabalhos que discutam acerca dos usos da imagem em suas indagações. Apostamos na diversidade das imagens (cartazes, propagandas publicitárias, fotografias, pinturas, caricaturas, charges, selos, figurinhas, grafitti, design de tipos, ilustrações de livros, jornais, fanzines e revistas, capas de long plays e de compact discs, símbolos oficiais como bandeiras e brasões, numismática, sinais de identificação urbana, imagens produzidas e difundidas por meio da internet pelas Redes Sociais e imagens em movimento, como no cinema, em séries televisivas, nas histórias em quadrinhos e no videogame) no sentido de realizar leituras sobre as mesmas e construir uma narrativa sobre seus significados, evocações, simbologia, alegorização, pretensão de objetividade, relação com textos que as circundam e com outras imagens, entre outras. Compreendendo essas manifestações visuais não apenas como suportes de ideias, mas como expressões e indicadores de práticas sociais, pretendemos discutir e problematizar como essas fontes têm se configurado no campo da História como mecanismos principais ou complementares para a compreensão e interpretação da cultura material e simbólica de determinadas épocas Entendemos também, como o argentino Alberto Manguel em Lendo Imagens (2001), que as imagens, diferentemente dos textos, necessitam de uma narrativa para serem lidas. Segundo o autor, ao contrário da palavra escrita, que flui constantemente para além dos limites das páginas em que estão impressas, as imagens estão fixas em um determinado suporte os limites de uma pintura ou de uma tela de um computador, por exemplo e necessitam de nossa interpretação para se constituírem em uma leitura. Trata-se de uma tradução feita pelo expectador, nos termos de sua própria experiência, operação que amplia o que é limitado por uma moldura para um antes e um depois e, por meio da arte de narrar histórias (sejam de amor ou de ódio), [confere] à imagem imutável uma vida infinita e inesgotável (p.27). Assim, as imagens com as quais se quer trabalhar possuem uma historicidade, estão relacionadas com outros sistemas iconográficos e possuem camadas de significados diferentes, dialogando com diferentes tempos históricos e formações sociais. Nosso objetivo é o conferir espaço para aqueles trabalhos que, para além das peculiaridades construtivas, refletem, de forma teórica e prática, acerca dos usos e eventuais abusos das imagens como fontes. As imagens, na condição de artefatos históricos, possibilitam uma chave de leitura que ultrapassa o contexto histórico de sua produção, indicando para a realidade social, representações e imaginários de seus produtores/leitores.

ST 11: 
Religião e Religiosidades: entre práticas e institucionalizações

Vanderley de Paula Rocha
 Mestrando (UEPG) /vanderleypr05@yahoo.com.br

Ronualdo da Silva Gualiume
Mestrando (UEPG) /ronualdo_gualiume@hotmail.com



O campo de estudo da história das religiões e religiosidades tem se firmando como um importante espaço de discussão historiográfica, prova disso são os inúmeros encontros para debater a temática, diversos periódicos especializados nesta área e o número significativo de monografias, dissertações e teses, cuja problemática gira entorno desse campo. Portanto, a proposta desse simpósio é reunir pesquisadores, de história e de áreas correlatas, cujo abjeto de pesquisa se encontra no campo das religiosidades, nas suas mais diversas esferas, sejam essas geográficas ou temporais, devocional ou institucional. Entende-se por religiosidade as mais diversas crenças no sagrado ou na recusa dele (REEBER, Michel, 2002). Assim, esse simpósio pretende reunir temas diversos, tais como: discussões a respeito do sagrado e do profano, práticas populares de religiosidade, institucionalização de crenças, entre outros. Compreende-se a importância desse evento para construir reflexões e diálogos a partir da reunião de pesquisadores, que por sua vez são convidados a apresentar seus pressupostos teóricos, suas fontes, metodologias e resultados. A metodologia utilizada será a apresentação de comunicações, agrupadas a partir de suas proximidades, seguida de abertura para debate, questionamento e considerações.


ST 12: Dinâmicas da conquista: identidades, etnicidades e mestiçagens nos domínios ibéricos

Adriano Toledo
Doutor em História Social da Cultura (UFMG)/adrianohis@yahoo.com.br

Juliana Sabino Simonato
Doutoranda em História Social da Cultura (UFMG)/ jsimonato@yahoo.com.br
  


O simpósio temático tem como objetivo discutir os processos de conquista nas Américas, recuperando as lógicas e as dinâmicas inerentes ao universo da colonização das Coroas Ibéricas, no contexto da integração marítima e comercial entre as quatro partes do mundo, e que propiciaram a circulação de pessoas, fauna, flora, cultura e práticas culturais. Ademais, os conquistadores conviveram com uma grande diversidade populacional, ou seja, incontáveis códigos culturais foram compartilhados, apreendidos e resignificados no Novo Mundo. A estruturação de um aparato institucional nestes novos domínios configurou um emaranhado de decisões de governo, definições de fronteiras de autoridade e de jurisdições, assim como políticas de negociações, alianças e muitos conflitos. Entendemos a instalação do Estado na fronteira, como um processo de conformação de mecanismos de controle na apropriação e configuração de um espaço. Para a construção de nossa problemática, abordaremos as forças e as relações sociopolíticas e simbólicas que se engastaram na conquista do território e na conformação de sua territorialidade. Dessa forma, as propostas de análises devem evidenciar a influência da conquista colonial nas vivências e sociabilidades das comunidades e personagens estudados, dedicando atenção especial à formação de redes pessoais e institucionais de poder nestes espaços. O eixo motriz da discussão será a inserção dos agentes da mestiçagens de diversas qualidades" (índio, negro, preto, mameluco, pardo, cabra, zambos, crioulos e mestiços, e " condições" (livres, libertos, e escravos), oriundos das mesclas biológicas e culturais conformadas no mundo colonial, assim como as alterações do seu modo de governo e poder nos contatos culturais dos processos de conquista. Destarte, precisamos compreender a estruturação cotidiana desses espaços recém-conquistados, e as configurações de suas percepções políticas e identitárias. Em síntese, o nosso principal desafio será o de resgatar a historicidade dos povos conquistados em meio às representações e ações dos empreendimentos coloniais."


ST 13: Política, Cultura, Economia e Sociedade nas Américas nos séculos XIX e XX

André Mascarenhas Pereira
Doutorando (UFMG) /andremasper@gmail.com

Carolina Paulino Alcântara
Mestranda (UFMG) /carolinapalcantara@hotmail.com

Raphael Coelho Neto
Mestrando (UFMG) /raphaelcneto@yahoo.com.br

Thiago Henrique Oliveira Prates
Mestrando (UFMG) /thoprates@gmail.com

Wanessa Pires Lott
Doutoranda (UFMG) /wanessalott@hotmail.com

Warley Alves Gomes
Doutorando (UFMG) /warleyalvesgomes@yahoo.com.br

O objetivo deste simpósio é reunir temas e questões que versem sobre o continente americano, desde as independências políticas, a consequente formação dos Estados Nacionais, passando pelos processos de industrialização e de urbanização iniciados na segunda metade do século XIX. A partir do século XX, o foco de debate se volta para a ampliação da potencialidade de organização e mobilização das sociedades em várias frentes – trabalhadores urbanos, indígenas, camponeses, negros, mulheres, movimentos artísticos e intelectuais, partidos políticos -, intensificando as ações públicas dos Estados e as relações internacionais, muitas vezes de ordem autoritária. Dessa forma, o simpósio se propõe a abranger temas que envolvem a História da América, incluindo a História dos Estados Unidos, Canadá e Brasil, abrindo assim a possibilidade de estudos comparativos. Busca-se, portanto, dada a amplitude temporal e temática deste simpósio, reunir pesquisadores e interessados nas temáticas pertencentes ao campo da historiografia da América e áreas afins. 
Várias são as possibilidades de discussões que perpassam a História do Continente: as construções de identidade nacionais e continentais, assim como o multiculturalismo, incluindo as aproximações e as peculiaridades políticas embutidas nas noções do que é constituir-se latino-americano, indoamericano, hispanoamericano, dialogando também com o ideal pan-americanista; os ideais de progresso, de civilização e os projetos técnico-científicos que influenciaram e impactaram os modos de vida, bem como criaram formas de resistências em vários espaços, inclusive em pequenos núcleos urbanos e comunidades de distintas regiões; a História dos Estados Unidos e os diversos matizes de sua relação com a América Latina e Caribe; os processos revolucionários latino-americanos; as guerras e as disputas fronteiriças; os governos ditatoriais, as experiências autoritárias e os processos de transição para a democracia; o exílio, a migração e as práticas transnacionais; a História Intelectual, incluindo, nessa perspectiva, as redes intelectuais, as biografias individuais e coletivas, os projetos políticos e culturais, as vanguardas artísticas, os impressos em geral, a literatura, o cinema, o teatro, a música e as artes visuais; e as lutas dos movimentos sociais e identitários em distintos momentos e regiões das Américas. Por fim, interessa-nos também estudos que inquiram e investiguem a respeito da historiografia sobre o continente americano, bem como aqueles que busquem promover o debate acerca do ensino de História da América.

Os temas multiplicam-se e as questões apresentadas são apenas um esboço dos diferentes tópicos que encontramos em “nossa América”. Esperamos as contribuições dos participantes para que os debates sejam profícuos e suficientemente ricos no sentido de que possamos seguir com novas e inquietantes perguntas.


ST 14: História da educação e das práticas educativas no Brasil: diálogos interdisciplinares na construção do ensino

Elisgardênia de Oliveira Chaves
Doutorando História (UFMG)/ elis_gardenia@yahoo.com.br

Fabrício Vinhas Manini Angelo
Doutorando em Educação pela UFMG/ fabriciovinhas@gmail.com

Leidimar Rodrigues de Sousa Lima
Profa. Assistente da Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA
Doutorando História (UFMG)/cleidimary@hotmail.com
   

A História da Educação e das práticas educativas escolares e não escolares é um território em fronteira que vem recebendo contribuições tanto da História quanto de outras áreas do conhecimento a exemplo da Educação. Em geral essas disciplinas tratam das diversas formas de educação nos mais diversos tempos e locais. A escola, na atualidade, é um espaço de síntese da formação cultural e científica de diferentes atores sociais e para tanto deverá envolver em suas práticas pedagógicas situações de aprendizagens significativas baseadas na técnica, na linguagem e na ética. Nesse sentido a escola deve ser uma espaço de construção contínua da democracia social e política. Em razão disso, o presente Simpósio Temático busca congregar pesquisadores que estudam os diversos aspectos das práticas educativas e da História dessas práticas: formas de educação, práticas de leitura e da escrita, tipos de leitores, formas circulação dos impressos, dos filmes, dos documentários, das diferentes práticas de ensino/aprendizados envolvendo os diversos sujeitos históricos e as suas múltiplas formas de representação da atuação social. O Simpósio proposto será um momento propício para, a partir das experiências dos professores e pesquisadores do Ensino Superior e da Educação Básica no Brasil, se discutir, analisar e refletir a complexa relação entre a educação e a sociedade numa perspectiva histórica. Portanto, fica o convite aos pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, que tem se dedicado a estudar os modos como se relacionam os diversos fenômenos apresentados anteriormente ao longo do tempo e dentro de momentos específicos da História do Brasil, assim como os modos como a educação e as práticas educativas foram apropriadas e representadas pelos agentes históricos e pela historiografia, para virem compor conosco momentos de trocas de experiências, reflexões e debates. Palavras-chave: História da Educação; Ensino; Práticas Pedagógicas; Representação Social; Recursos didático-pedagógicos.


ST 15: História da África e ensino no Brasil III

Raissa Brescia dos Reis
Doutorando (UFMG)/ rah.brescia@gmail.com

Thiago Henrique Mota
Doutorando (UFMG) /thiago.mota@ymail.com



Este simpósio tem como proposta a continuidade do diálogo entre pesquisadores dedicados ao estudo da História da África e/ou seu ensino no Brasil, iniciado no II Ephis. Procuraremos promover e renovar o intercâmbio de visões e recortes distintos ou complementares de temáticas e metodologias dos estudos africanistas, cujo maior crescimento se deu no país nos últimos anos e que, na Universidade Federal de Minas Gerais, encontram-se em estágio inicial, bastante promissor. Para o fortalecimento de um processo de institucionalização e divulgação desta que vem se consolidando como uma área central dentro e fora da universidade, entedemos que espaços de discussão e trânsito como este se fazem necessários. Após mais de uma década da criação da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da História da África e dos africanos na educação básica, tempo no qual os esforços de se construir uma narrativa histórica por um prisma africanista e não eurocêntrico se multiplicaram nas universidades, pareceu-nos premente a manutenção de uma mesa de debate acerca do tema no EPHIS. A proposta é garantir e perenizar a existência de espaços de troca e diálogo dedicados ao tema da presença dos africanos na construção da história como atores e autores. No ano que o Programa de Pós-Graduação em História da UFMG comemora 25 anos de idade, a existência deste fórum destinado especificamente à História Africana torna-se representativo dos caminhos tomados por esse e outros departamentos de História no Brasil. Entendemos que o crescimento da importância da área na graduação e pós-graduação em História deve ser parte central da discussão, pois se apresenta como parte da relação entre produção científica e acadêmica e o mundo social. Por se tratar de um campo em formação, cuja expansão encontra-se em muito vinculada à lenta modificação das instituições de ensino superior e básico de todo o país, este simpósio possui propositalmente ampla receptividade de comunicações. Gostaríamos de mantê-lo como um simpósio temático plural, que inclua trabalhos sobre diferentes recortes cronológicos e geográficos e una esforços de pesquisadores que queiram compreender as culturas africanas em sua historicidade. A dar unidade à discussão estaria apenas o tom que se deseja imprimir ao Simpósio. Como Elikia Bokolo, historiador congolês, e vários outros historiadores brasileiros, o ST História da África e seu ensino no Brasil busca vislumbrar histórias possíveis cujo ponto de partida seja o protagonismo e agência africanos. Propomos, assim, a reunião de variados marcos cronológicos e objetos de pesquisa desenvolvidos em torno da História da África, bem como de seu ensino, carro chefe e estímulo de sua popularização nos meios sociais e acadêmicos brasileiros. Espera-se que diferentes perspectivas temáticas e teórico-metodológicas possam ser incluídas nas discussões a se desenvolverem. Almejamos, por fim, dar continuidade neste IV EPHIS a um simpósio cujo foco central é a História africana, estabelecendo um espaço importante de abertura dos campos e dos olhares a outras perspectivas que não o tradicional ponto de vista eurocêntrico no interior das ciências humanas brasileiras, promovendo e afirmando a temática na pesquisa em história na UFMG.


ST 16: Família livre, família escrava: múltiplas perspectivas e múltiplos olhares

Mateus Rezende de Andrade
Doutorando (UFMG)/ mateus.rezende@gmail.com

Fabrício Vinhas Manini Angelo
Doutorando (UFMG)/ fabriciovinhas@gmail.com


A História da Família é uma das temáticas que mais tem tradição na historiografia brasileira, por isso, a palavra pluralidade é a que talvez melhor classifique os trabalhos que tratam dessa temática. Autores como Gilberto Freyre e Oliveira Viana, ou outros com publicações mais recentes, como Eni de Mesquita Samara, Leila Algranti e Robert Slenes, em algum momento de suas carreiras trataram desse tema. No entanto, ter esta temática em comum pouco diz sobre o que estes autores enfatizaram ao tratar da família no Brasil. Estes autores e a historiografia mais contemporânea abordaram a temática da família em múltiplas perspectivas enfatizando, por vezes, a questão de gênero, a infância, a família escrava, a família da elite, a família dos estratos medianos, as famílias mestiças, formas legítimas ou constumeiras de constituição da família para vários períodos da História do Brasil. Tendo em vista essa multiplicidade, o presente simpósio busca congregar trabalhos dos jovens pesquisadores com o objetivo de passar em revista as principais tendências contemporâneas na pesquisa histórica sobre a família. Para isso buscamos congregar pesquisadores de diversas áreas do conhecimento que tem se dedicado a estudar os modos como se constituíram as famílias brasileiras, que enfatizem as diversas temáticas apresentadas anteriormente ao longo de toda a História do Brasil. Por fim, o objetivo deste Simpósio Temático é também criar um ambiente dedicado ao debate e à reflexão acerca dos conceitos, das metodologias de pesquisa, das abordagens teóricas e da produção historiográfica sobre o assunto em voga, em um evento produzido por e para estudantes, propício a trocas de experiências, inquietações, informações e ao estabelecimento de contatos objetivando, dessa forma, valorizar a produção acadêmica de forma aberta, horizontal, democrática e colaborativa.


ST 17: O oitocentos de crise a crise: dinâmicas culturais, sociais, econômicas e políticas no Brasil (1808-1889)

Rodrigo Paulinelli de Almeida Costa
 Mestrando (UFMG) /rodrigopaulinelli16@gmail.com

Ana Tereza Landolfi Toledo
Mestranda (UFMG)

Marcella de Sá Brandão
Mestranda (UFMG) /marcellasabrandao@gmail.com

Lucas Samuel Quadros
Mestrando (UFOP) /lucassquadros@yahoo.com.br

Wélington Rodrigues e Silva
Mestrando (UFOP)

Adriano Soares Rodrigues
Mestrando (UFOP)
  

O presente simpósio temático objetiva promover debates sobre trabalhos que se debruçam no entendimento do século XIX no Brasil, tendo como marco temporal o período que estende a crise do sistema colonial à crise do Estado monárquico brasileiro, bem como a crise do sistema escravista (1808 – 1889).
Compreendendo o século XIX como um período de grandes transformações para o Brasil, observa-se o notável o crescimento da produção historiográfica sobre o período, tendo em destaque, os temas da crise do absolutismo monárquico na América, a transição da Colônia para o Império,o traslado da família real portuguesa à Colônia, a formação multifacetada da nação, assim como a as formas de administração e autonomias locais, a independência do Brasil, as rebeliões regenciais, o código comercial de 1850, processos políticos e sociais que culminaram na abolição da escravidão e na proclamação da República.

Em suma, trata-se de um período permeado de mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais, que tem sido amplamente revisitado pela historiografia atual. Desta maneira, objetiva-se aqui, reunir trabalhos que tratem das seguintes temáticas: a)organização social do trabalho e reorientações econômicas: envolvendo escravidão, abolição, trabalho livre e imigração; b)disputas políticas: fim do sistema colonial e império luso-brasileiro, republicanismo, democracia, atuações administrativas regionais e entre as nações; c)cultura letrada: pensamento ilustrado, ideologização do progresso, academias de ciências e instrução escolar; d)cultura popular e sociabilidades: festividades, religiosidades e vida privada. Tratando-se de um espaço de trocas de experiência acadêmica com diferentes propostas e objetos de pesquisa, agregados pelo fio condutor do estudo do século XIX no Brasil, acredita-se que o Simpósio Temático “O oitocentos de crise a crise: dinâmicas culturais, sociais, econômicas e políticas no Brasil (1808-1889)” contribuirá de forma positiva para dar novas perspectivas as pesquisas acerca do oitocentos no Brasil. Assim sendo, a principal finalidade deste simpósio é promover o debate acerca do contexto, buscando intercambiar conhecimentos e reexames da produção historiográfica sobre o século XIX nos últimos anos.

ST 18: Relações de Poder: Conflitos e Negociações em uma perspectiva histórica no século XX

Ary Albuquerque Cavalcanti Junior
Mestrando (UNEB) / ajunior.ufrb@hotmail.com

Gabriel José Brandão de Souza
Mestrando (UNEB) / brandao.gabriel@live.com

Rosana de Jesus Andrade
Mestrando (UNEB) / rosana_ufrb@yahoo.com.br

O século XX foi marcado por acontecimentos históricos que tiveram inúmeras consequências no avanço da sociedade contemporânea. A exemplo, podemos mencionar as revoluções Russa, Chinesa, e Cubana, além das grandes guerras, do embate ideológico entre capitalistas e comunistas, e das ditaduras que assolaram o mundo, principalmente a América do Sul. Logo, o século XX foi um período de acontecimentos importantes para a História, como atribuiu Hobsbawm (1994), a era dos extremos. Contudo, a historiografia também passou por uma série de mudanças, após a Escola positivista. Já na abordagem da Escola dos Annales, a história passou a ser vista como problema, onde os fatos e as verdades deveriam ser problematizadas pelo historiador (Barros, 2012). Nessa perspectiva, segundo Constantino (2004) a Escola dos Annales passou a difundir após a primeira grande guerra uma História que narrasse o seu próprio passado. Ainda segundo este estudioso, as discussões historiográficas que permeiam a problemática das relações de poder ganharam força no século XX. Nesse sentido, o presente simpósio propõe discutir a produção de pesquisas na área da História Regional e Local, que privilegiem os conflitos e estratégias políticas, econômicas, culturais e de gênero na perspectiva das relações de poder e discursos nos diversos âmbitos historiográficos ao longo do século XX. Logo, serão aceitas comunicações que abordem relações na política, cultura e nas mais variadas relações sociais da Primeira República à Ditadura Militar.


ST 19: Ditadura e Transição Política no Brasil: sociedade, política e cultura no regime militar brasileiro (1964-1985)

Juliana Ventura de Souza Fernandes
Doutorando (UFMG) /julianavsf@yahoo.com.br

Gabriel Amato Bruno de Lima
Mestrando (UFMG) /amatolgabriel@gmail.com

Natália Batista
Mestre (UFMG)/ nataliabarud@yahoo.com.br
   

Recentemente, tem-se mobilizado vários esforços na sociedade brasileira visando o aprofundamento de discussões sobre o golpe e a ditadura, tais como o debate sobre a Lei de Anistia e a Comissão Nacional da Verdade, que sugerem a relevância de questões referentes ao passado ditatorial. Neste simpósio, o eixo privilegiado de investigação são as relações entre sociedade, política e cultura no transcurso da ditadura brasileira (1964-1985). Sendo assim, interessa a discussão acerca das condições que conferiram legitimidade e proporcionaram a manutenção do regime autoritário por mais de duas décadas, como também das experiências de enfrentamento, resistência e oposição em contexto regional ou nacional. Privilegiam-se temas aventados pela historiografia recente, estudos que problematizam as batalhas e apropriações da memória, o caráter da ditadura (militar, civil-militar, militar- civil), sua delimitação cronológica onde inicia ou termina a Ditadura, as características das resistências e das repressões e a ação de todos estes agentes dentro e fora do país, no decorrer do período que se convencionou chamar de Regime Militar. Essa historiografia mostrou novos interesses traduzidos em temas e objetos ainda pouco explorados, que se distanciavam dos eixos clássicos, tradicionalmente marcados por pesquisas que se centravam em abordar sobretudo a repressão política, os sistemas de informação e de segurança, e a atuação dos grupos de esquerda armada. Essas questões certamente são fundamentais para compreensão do contexto autoritário, mas não são suficientes para explicar a permanência dos militares no poder durante tanto tempo. A dimensão repressiva, por um lado, e a oposição ao regime, por outro, assumiram diferentes linhas de ação, de densidade e expressividade diversas. Assim, a proposta deste simpósio consiste em estimular discussões que ajudem a compreender as diversas facetas da adesão social conquistada pelo regime militar, bem como a trazer à tona novas abordagens sobre a oposição à ditadura. São considerados movimentos sociais em sentido lato; as mobilizações de setores artísticos no teatro, cinema, artes plásticas; o papel da mídia e da indústria cultural; as ações de entidades ligadas a grupos de profissionais liberais ou religiosos; a relação do Estado com instituições como as universidades; as disputas em torno do passado recente e o processo de reconstrução de memória. Da mesma forma, merecem ser avaliadas ainda as escolhas estratégicas de tais movimentos para permanecerem em atividade durante o regime, as relações com a institucionalidade vigente, com os órgãos de censura, com a polícia política. De maneira geral, serão aceitos trabalhos que abordem movimentos sociais, movimentos culturais, censura, repressão, luta armada, exílio, atuação política e transição democrática. Além de conceber um espaço aberto à divulgação de trabalhos recentes de jovens pesquisadores, a expectativa do encontro é trocar experiências, estimular novas reflexões e suscitar debates e diálogos que possam trazer aspectos da história da ditadura militar ainda pouco visitados pela academia ou que problematizem conceitos e temas tradicionais no debate acadêmico sobre a história do regime militar.

ST 20: Cultura Intelectual Brasileira

Valdeci da Silva Cunha
Doutorando (UFMG) /valdeci.cunha@gmail.com

Tiago Lenine
Doutorando (UFMG)

Raul Lanari
Doutorando (UFMG) 


Propomos com este simpósio temático uma reflexão acerca da compreensão e a investigação da cultura brasileira a partir de um diálogo entre distintas manifestações intelectuais. Acreditamos que o conceito de cultura intelectual brasileira, ao fazer frente às limitações da clássica perspectiva do pensamento social brasileiro (por demais marcado por uma matriz sociológica), surge como fértil norteador que possibilita abordar as aporias citadas por considerar outros personagens e produções antes não contemplados como legítimos intérpretes da realidade brasileira. Com isso, o que temos em vista é a necessidade atual de se conhecer e reconhecer a sociedade a partir de registros intelectuais variados, sem necessariamente hierarquizá-los, especialmente segundo uma perspectiva cientificista e sociologizante. Assumindo uma abordagem histórica, ou seja, marcada por suas temporalidades específicas, consideramos ser possível construir uma espécie de espectro em que essas manifestações intelectuais da elaboração da vivência, seja no registro cotidiano (crônicas, charges, canções, história em quadrinhos, cinema etc) ou no registro de um pensamento integrado às tradições (como a literatura, filosofia, sociologia, política, direito, partidos políticos etc), se apresentem em constante dinâmica de trocas, conflitos e distinções. Voltado especialmente para as experiências das modernidades e modernismos vividos e produzidos por diferentes segmentos intelectuais, nosso Simpósio Temático procura contemplar as décadas finais do século XIX até a contemporaneidade. Dentro desse escopo temporal, vale destacar os lugares ocupados pelas clássicas interpretações sobre a realidade brasileira, que hoje podem ser vistas como formas de experimentar a modernidade, como, por exemplo, as tradicionais análises que destacaram o iberismo brasileiro (Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Raimundo Faoro), ou sua dependência/marginalidade no sistema capitalista mundial (Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni). Entretanto, consideramos necessário lançar um desafio historiográfico que nos possibilite um diálogo com essa tradição, mas que consiga colocar novas questões sob o ponto de vista do presente das pesquisas: seja a partir de pensadores que experimentaram a realidade moderna brasileira atualizando-se segundo a literatura estrangeira, especialmente europeia, mas também Sul e Norte Americana, do século XIX e XX, seja com processos culturais, políticos e sociais que caracterizam a modernização dos espaços urbanos brasileiros.